LUZA Lab: Filipa Cruz
"TECIDOS SÃO DE LUZ E SÃO A NOITE"
local: FÁBRICA DA CERVEJA país: frança & portugal Homenagem a Eugénio de Andrade, «Tecidos são de luz e são a noite» reflete sobre a ambivalência da palavra "cultura", pela inevitabilidade do período de pousio, de rega, de cultivo e de colheita. Assim, o pousio é entendido como o tempo necessário para parar, distanciar e respirar a luz / vida de alguém. Esses ancinhos metafóricos são corpos e vida. Vemos ancinhos que nos levam ao universo de encontros e/ou de desencontros. Esses corpos cultivam-se em rastos que se imprimem e que desaparecem. São poeira com carne, pele e órgãos que perdem carne, pele e órgãos. «Tecidos são de luz e são a noite» evocam escolhas e histórias que traçamos consciente e inconscientemente enquanto experimentamos soluções de visibilidade. Nesta nuvem enevoada, eu e tu somos um coração desalinhado e desordeiro em tempos proibidos. Somos dois rasgos de avião carregados de cinza que se cruzam no povoado do céu. FILIPA CRUZ Nascida em Viseu em 1990, Filipa Cruz vive e trabalha entre Portugal e França. Possui Doutoramento Aprovado por Unanimidade com Distinção com a Tese “Tudo o que eu queria lhe dizer: a indefinição, a ilegibilidade, a invisibilidade e a insuficiência da linguagem na prática artística” (Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto); Mestrado em Belas Artes Aprovado com Distinção (École Nationale Supérieure de Beaux-Arts de Paris), Pós-graduação em Estética (Université Panthéon-Sorbonne), Licenciatura em Belas Artes-Multimídia (Beaux-Arts de Paris). Filipa é uma artista (www.filipacruz.com), investigadora e professora. Desde 2012, realiza exposições individuais e coletivas e participa em inúmeras conferências internacionais como oradora. Filipa relaciona escultura, instalação e literatura numa imagem escultural que ora eterna, ora efémera. Ganhou a Bolsa de Cientista Convidado de Herberto Hélder (2017), a Bolsa de Criação Artística concedida pelo Governo dos Açores (2016) e a Bolsa de invesitgação da Fundação Medeiros e Almeida. Filipa é Investigadora Integrada no i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade e professora no Paris College of Art (Paris) e na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (Porto). |
LUZA Lab: Raquel Fradique
“lIGHT SOUND”
local: FÁBRICA DA CERVEJA país: portugal “Light Sound” é um espetáculo audiovisual onde sua criação é feita em “live act”, numa relação entre captação sonora e visual. A subdivisão das duas componentes (som e imagem) tem como ponto de partida a mística daquilo que é luz e sua ausência. A captação sonora desenvolve-se pela intriga do som produzido na propagação da luz. A peça sonora tem por base a captação eletro-acústica, sempre presente numa linguagem experimental entrópica. Por sua vez a captação visual é baseada em detalhes microscópicos de partículas associadas à emissão e projeção de luz, criando texturas e ambiências com amplitude galáxica no que toca a experiências visuais. Raquel Fradique Artista visual nascida a Maio de 2019, licenciada em Design de Comunicação, realiza actualmente trabalhos em design e produz escultura e desenho no seu atelier em Ansião. A arte digital e experimentações com materiais vários são também áreas que explora. |
LUZA Lab: Paola Grecia
“AS PARCAS”
local: FÁBRICA DA CERVEJA país: portugal & venezuela Em “As Parcas” a análise sanguínea é monitorizada e representada através da estabilidade / instabilidade da glicose. O modo como um corpo diabético balanceia entre picos, um descontrolo mortal e uma estabilidade controlada e temporalmente acompanhada é impresso no calor do corpo, da cera: matéria quente, dúctil e emanante de vida. “As Parcas” são três corpos translúcidos iluminados por uma luz artificial. Luz e cera tornam-se relógio com agulhas, cujos fios marcam o tempo da durabilidade dos corpos. Sintomas anacronicamente registados, são rasgos entre duas metades que se desunem entre altos e baixos. Sugerindo clarividência, a luz evoca a fragilidade dos corpos até o crepúsculo desligar o interruptor. Grécia Paola é um artista luso-venezuelana. Possui um Mestrado em Escultura de Belas Artes na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto com a tese «An Inexhaustible Will of ∞: An exercise of sculpting time in artistic practice», e um Grau Superior em Escultura de Belas Artes na mesma instituição. Já exibido em Vila Nova de Cerveira (2018), no Lugar do Desenho (2018), na Bienal de Cantanhede e já desenvolvido projetos de espaço público na Madeira (2011) e no Porto (PortoCartoon (2019)), Grécia Paola desenvolve propostas baseadas na trilogia “corpo - vontade – importa”. Assim, na prática artística de Grécia Paola, o corpo é concebido do ponto de vista psicofisiológico e o olho é convidado, seduzido a querer entrar no não imediato. |